Ocean's 12: façam as vossas apostas na banda sonora de David Holmes


Eu não queria que este blogue fosse sobre cinema e não vai ser. Também não queria que fosse sobre música. E não vai ser. Mas esta postagem é sobre os dois em geral e sobre nenhum em particular. Desta vez é Ocean’s 12 que me faz mover as pontas dos dedos. Por regra não vejo sequelas, fujo delas a sete pés pois é sempre mais fácil que me desapontem do que me convençam, a mim e possivelmente a toda a gente. Ora eu tinha deliberadamente evitado ver este filme no cinema. Para que fui vê-lo (ontem) na TV? Está bem, está bem, não foi assim tão mau, mas também não foi assim tão bom. Mas um pequeno grande pormenor faz com que tenha valido a pena: a banda sonora de David Holmes. Se já da primeira vez, em Ocean’s 11, tinha delirado com a música, desta vez estou apostada em ir à procura do CD, façam as vossas apostas, não vai demorar muito até que rode ali no Sony. Pois, é que eu ainda sou da velha geração dos LP e ainda não me habituei aos modelos virtuais do consumo musical embora me tenha apercebido claramente que isso é o futuro. Li uma entrevista com Tó Zé Brito num jornal qualquer e ele estava mesmo à rasca com o fenómeno. O que é que esperavam? O futuro empurra para a frente, quem resiste fica enterrado lá atrás. Hello!! Andavam distraídos ou quê? É uma pena ter tão baixo poder de compra já que eu seria daquelas que continuaria a fazer a felicidade das editoras musicais. Continuo apegada à história do papel, ao arranjo gráfico, às informações em letrinha miudinha, letras e dedicatórias, e isso nem sequer é música! Já a caixa plástica sempre a considerei um estorvo. Se usaram cartão e papel durante anos para proteger vinil, muito mais perecível, porque é que se mudou para o plástico? (Menor custo, claro…) Tenho alguns CD lindamente embalados em caixas de cartão e gostava que essa fosse a regra. Mas o objecto circular, outrora preto, agora espelhado, vai ser memória não tarda nada, tal e qual sucedeu com o vinil. A nova imaterialidade da música é convincente. Para quê um suporte que nos ocupa prateleiras e prateleiras e acumula mais pó do que aquele que nos apetece limpar? Pequenos leitores de música do tamanho de feijões?! Mas é claro que sim. Façam as vossas apostas:daqui a pouco vamos usar um simples chip implantado sob a pele e até se vão dispensar suportes de leitura, vão ver. (É, andei outra vez a ver ficção científica em série.) O panorama vai mudar, está a mudar neste preciso momento: não é preciso ser Philip K. Dick para o imaginar. Então imaginemo-nos a ir ao hipermercado e a meter no mesmo saco uma maçã, uma banana, uma laranja, um kiwi e um limão. É assim que no futuro iremos comprar música. Basicamente é o que já existe nas colectâneas de sucessos. Só que doravante iremos ser nós os autores das colectâneas de música ligeira. Alguém se lembra do sucesso dos Singles? Vai ser o regresso ao passado, ai vai. Imagino os músicos a comporem hits e a esquecerem obras de conjunto. A não ser que lhes encomendem uma banda sonora cheia de ambiente, humor e colorido, uma banda sonora à Ocean’s 11,12 e... 13. Até aposto que 13 irá ser novamente, e neste aspecto, um número de sorte!

Comentários

Capitão-Mor disse…
OOOOoooohhhh! Pensei que ias apostar na vertente cinéfila...
Quarenta disse…
Olá Belinha
Com algum atraso, venho agradecer e retribuir os votos de boas festas.
Desejo-lhe tudo de bom para 2007.
Um beijinho, se me permite
Pedro Duarte disse…
Pois, por acaso já tinha ponderado sobre os tais singles agora na época mp3 (e mp4, wma, etc) com a compra avulso de música.

Um álbum como obra conjunta e a audição sequencial torna-se opcional, perdendo-se algo. Mas cada um decide (ainda) :)